Depois de muita polêmica, Jair Bolsonaro finalmente devolveu nesta sexta-feira (24) o segundo estojo de joias sauditas, avaliado em R$ 500 mil. Só que o ex-presidente não queria devolver um outro presente que também ganhou, dessa vez dos Emirados Árabes Unidos.
No caso das joias, a defesa de Bolsonaro informou que a entrega foi feita em uma agência da Caixa Econômica Federal de Brasília pelo advogado do ex-presidente, Paulo Cunha Bueno.
Os itens, da marca suíça de diamantes Chopard e avaliados em R$ 500 mil, incluem relógio, caneta, anel, abotoaduras e masbaha (um tipo de rosário).
A Receita Federal também deve encaminhar para a Caixa as joias que foram retidas no Aeroporto de Guarulhos.
As joias em posse de Bolsonaro foram trazidas ao Brasil por uma comitiva do Ministério de Minas e Energia, que representou o governo brasileiro em um evento na Arábia Saudita, em outubro de 2021. Elas não foram declaradas à Receita Federal e, por isso, entraram no país de forma irregular.
Bolsonaro com dor no coração
Bolsonaro também teve que devolver um outro presente, recebido do governo dos Emirados Árabes Unidos na viagem que fez ao Oriente Médio em outubro de 2019.
"Confesso que, com dor no coração, vou entregar as armas", disse Bolsonaro em entrevista à Record TV na quinta-feira (23).
"Está meu nome lá, eu pagaria o que tenho no meu bolso aqui por aquelas duas armas, mas não vamos criar polêmica", acrescentou.
Na ocasião, Bolsonaro recebeu uma pistola como homenagem e, segundo fontes ouvidas pelo UOL e que acompanharam a viagem, a arma foi entregue ao então presidente quando ele já havia embarcado.
Segundo o Metrópoles, Bolsonaro também ganhou um fuzil na viagem que durou dez dias e também teve como destino o Qatar.
No caso das armas, elas ficam a cargo da Diretoria de Polícia Administrativa da Polícia Federal, também em Brasília. O Exército teve que emitir a autorização necessária para o transporte delas até o local de destino.
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A decisão do TCU
O TCU determinou que todos os presentes recebidos em viagens oficiais com chefes de Estado são de propriedade da União e devem ser devolvidos.
O Tribunal entende que apenas presentes de pequeno valor, perecíveis e de caráter personalíssimo, como camisetas e bonés, podem ser incorporados ao acervo privado do presidente da República.
*Com informações da CNN e do G1