Se Luiz Inácio Lula da Silva disputasse com Jair Bolsonaro os pedidos de impeachment que receberam antes dos 100 dias de governo, o petista levaria a pior.
Neste início de terceiro mandato, Lula já tem seis pedidos na Câmara dos Deputados solicitando a sua retirada do cargo. Na mesma época, em 2019, Bolsonaro tinha dois.
Metade dos pedidos contra Lula foi motivada por declarações públicas do petista. O último deles, feito na quarta-feira (22) pelo deputado Bibo Nunes (PL-RS), cita a afirmação do presidente de que, quando estava preso, queria "foder" o ex-juiz e agora senador Sérgio Moro (União Brasil-PR).
A declaração foi dada por Lula na terça-feira (21) durante entrevista ao vivo para o site 247. Confira detalhes da entrevista.
Dois pedidos contra Lula são arquivados
Outros dois pedidos citam uma declaração de Lula em sua primeira viagem internacional, que teve como destino a Argentina.
Aos hermanos, o petista voltou a dizer que o impeachment de Dilma Rousseff foi um "golpe de Estado", desprezando o processo legal que ocorreu em 2016.
As duas solicitações, entretanto, foram arquivadas porque foram apresentadas no final de janeiro de 2023, sendo que a atual legislatura se iniciou no dia 2 de fevereiro.
Os outros três pedidos protocolados dispõem de um suposto processo de licitação para compra de móveis de luxo, da responsabilização de Lula pelos atos golpistas do dia 8 de janeiro e da tentativa do petista em impedir a instalação de CPI e CPMI para investigar os ataques antidemocráticos em Brasília.
- Quer acompanhar todas as decisões e acontecimentos dos primeiros 100 dias do governo Lula e comparar com o início da gestão de Jair Bolsonaro? Acompanhe AQUI a cobertura do Seu Dinheiro.
Também queriam tirar Bolsonaro do cargo
Assim como Lula, Bolsonaro também enfrentou pedidos de impeachment — só que em menor número. Na mesma época, o agora ex-presidente tinha duas solicitações para a sua retirada do cargo.
Segundo dados da Câmara dos Deputados, os pedidos alegavam crime de responsabilidade e omissão.
Um deles citava como motivação uma publicação de Bolsonaro "com forte conteúdo pornográfico, a pretexto de crítica ao Carnaval brasileiro".
No total, Bolsonaro acumulou 158 pedidos de impeachment durante o mandato, que se encerrou em 31 de dezembro do ano passado.
O primeiro pedido de impeachment foi apresentado em 5 de fevereiro de 2019, por Antonio Jocelio da Rocha — um cidadão comum —, segundo a assessoria da Câmara, e foi arquivado por problemas técnicos.
O último requerimento foi apresentado em 8 de novembro do ano passado, pelo então senador Jean Paul Prates (PT-RN), que assumiu o comando da Petrobras em janeiro deste ano.
Os pedidos pelo impeachment de Bolsonaro, no entanto, perderam o objetivo, já que ele não é mais o presidente, e a Câmara dos Deputados acabou arquivando todos no dia 31 de janeiro deste ano.
*Com informações da CNN e do Estadão Conteúdo