Os bancos trabalham para que a renegociação das dívidas bilionárias do Grupo Odebrecht ocorra fora de um processo de recuperação judicial. A afirmação é de Octavio de Lazari, presidente do Bradesco, um dos vários credores do grupo que mergulhou em uma crise desde a Operação Lava-Jato.
"A gente procura que seja uma recuperação extrajudicial, para que todos os atores possam sentar na mesa e chegar a um ajuste", afirmou Lazari aos jornalistas, depois de participar da abertura do Ciab, evento de tecnologia bancária promovido pela Febraban.
Embora busquem o caminho fora da recuperação judicial, os bancos trabalham com todos os cenários para a Odebrecht, segundo Lazari.
Questionado, o presidente do Bradesco disse que tem provisões "dentro dos padrões estabelecidos" para lidar com um eventual calote do grupo. "Garanto que todos os bancos estão provisionados para absorver qualquer problema", afirmou.
Eu perguntei, então, se Lazari vê o caso da Odebrecht como isolado se ou outras empresas com problemas na crise e que tiveram a dívida renegociada pelos bancos também podem passar por dificuldades para honrar os compromissos.
"As empresas brasileiras são muito pouco alavancadas, devem muito pouco na essência. Então o caso da Odebrecht é um caso isolado e que está sendo bem administrado", disse.
Falando em Lava-Jato, o presidente do Bradesco afirmou que as recentes revelações de mensagens entre o ministro da Justiça, Sergio Moro, e o coordenador da força-tarefa da Lava-Jato Curitiba, Deltan Dallagnol, não atrapalham a tramitação da reforma da Previdência. "A reforma é imprescindível e deve ser foco do Congresso", afirmou aos jornalistas.